Recuperei agora de um tufão informático-eléctrico que me volatilizou dois discos de backup. Perdi montanhas de coisas. Andei uns dias, confesso-vos, aturdido com tanta, tanta coisa que me desapareceu para sempre. Mas fui, todavia, recenseando as coisas que verdadeiramente me entristeceria ver perdidas. Concluí, entre ruínas e despojos, que existem poucas coisas insubstituíveis. Quase nada, afinal. Uma fotografia aqui, um texto ali. Mas tudo, tudo, pessoas ou memórias de pessoas. O que começou por ser um cataclismo, acabou em redenção intelectual. Do estremecimento inicial sobrou sossegadamente um sentimento de renovação. Nunca voltamos ao princípio.
É empolgante compreender à séria como hoje é sempre depois.
Reiniciemo-nos, então. Cada dia.
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