domingo, 1 de agosto de 2010

feissebuque

Agora que, nas escolas, já ninguém chumba, nem por faltas, nem por coisa nenhuma, só para que o insucesso enfim diminua (isto é de gargalhar), a autoridade dos professores, deve confessar-se, sai reforçadíssima. A autoridade dos alunos é que caiu por terra. Senão vejamos: ['té parece que já me estou a ver a dizer aos alunos].

 

"Amiguinho, o menino acha que está por aqui a mais e não lhe apetece estudar, não é? Shtá borrecido. Atão, faça-nos lá o obséquio de ir dar uma volta ao bilhar grande. Está-se bem, 'tá-se tão melhor na rua, co'este solinho. No sequei-te parque. Como? Falta? Que falta? Ná. Não sabe a última? Ah, poizé, você não lê jornais. Não lê nada, de resto, a num ser éssémiésses, aifaive e feissebuque. Esteja o infante descansado, porque assimcumássim o menino nem chumba por causa das faltas. Sim. A sério. Palavra de honra que é verdade. Se quiser até as pode justificar porque é preciso que as justifique para que sim. b'tarde. Ó Mariana, agora que o Fábio has left the building, acabe lá de ler o texto do Descartes. Sim, a parte dos Universais."

 

Agora é assim: se por ventura, um jovem tem em casa quem lhe ensine a importância de aprender coisas e saber mais, tudo se segura. Caso assim não seja, e o que mais há neste país é gente a achar que a escola não ensina nada que se aproveite - numa época em que ninguém percebe os clássicos, a culpa é dos clássicos - então resta aos meninos o sempiterno e omnipresente bilhar grande. E não há-de ser às três tabelas, que isso exige cálculo. Há-de ser às três pancadas.

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