quinta-feira, 14 de abril de 2011

Who does?...





Não creio que seja possível que qualquer um de nós possa deixar de acreditar num ideal. Qualquer que ele seja, possuir uma visão guiadora do que o mundo deve ser importa na vida de cada um de nós a mesma importância que damos, ou devíamos dar, à respiração.

Hoje, num jantar cá em casa, ao conversar com um amigo, professor universitário de música, tomámos ambos a consciência do dilema que se colocou a Brahms quando escrevia o seu requiem. Ser ou não ser crente em Deus não tem a importância de haver a importância de crer em Deus. Nesse sentido, criar uma obra de arte que desvenda essa segunda, e por conseguinte primeira, importância, adquire o mesmíssimo dever que respirar.

Antes de mais nada, ter um ideal é fazer ideia. E fazer ideia, (tê-la, por exemplo), é um acto explicitamente exorbitante. Porque refulge dessa asfixia que resulta de respirarmos sem ar.

Como se diz na última fase do abissal Blade Runner
"Too bad she won't live. But then again, who does?!"

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